Fátima que fica dentro do município de Flores no interior do sertão pernambucano, deste sua história recente que se iniciou em 1947 fundada por visionários como Primo de Sousa Guerra e outros com a ajuda de Padre Maciel já vislumbrava o grande potencial agrícola destas terras, da qual já se produzia na época algodão, feijão, milho, mandioca (variedades mansa e brava) e castanha de caju. Infelizmente culturas como o algodão desapareceram completamente do senário de Fátima e da região e a mandioca que já teve um grande auge hoje ver quase que sumir do solo fatimense e das comunidades circo vizinhas. Fátima também teve no passado uma das maiores fábricas de polpa de goiaba da região com uma estrutura extraordinária que gerava empregos diretos e indiretos, seja na linha de produção ou no cultivo da goiaba que já teve uma bela área cultivada na região e hoje praticamente não se ver mais na zona rural do distrito.
Vendo todo esse potencial sendo desperdiçado e culturas agrícolas consagradas desaparecendo do cultivo na região, a Fundação Ambiental Pedro Daniel (FAPED) em conjunto com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE/UAST) e a prefeitura local (FLORES) vem desempenhando um papel fundamental no resgate de culturas como a do caju que esta no limiar de desaparecer da região do Pajeú em decorrências de fatores biológicos (pragas) e climatológicos (secas prolongadas). Mas o que mais ameaça a cultura do caju no Pajeú é a falta de conhecimento por parte dos agricultores que aplicam técnicas rusticas no cultivo do caju das quais não surtem mais efeitos e necessitam de apoio técnico que forneça conhecimento de manejo adequado para que venha novamente a ter força o cultivo do cajueiro na região. É para fornecer esse conhecimento que esta sendo criado um centro de pesquisa do cultivo de caju e manejo do mesmo bem como fontes alternativa de compostos naturais capazes de combater agentes biológicos que atacam essa cultura. Esse centro é composto por um grupo de voluntários de professores da UFRPE e de membros da FAPED que sonham em poder disseminar todo o conhecimento acumulado nas pesquisas para os agricultores de modo a contribuir para melhoria dos pomares e da renda familiar destes pequenos produtores.
A pesquisa realizada por esse grupo também faz estudos com outras culturas alem do caju, como a goiaba, da qual esta sendo testadas mudas com nova tecnologia de clonagem que pode alavancar nos próximos anos o cultivo da mesma no município. As primeiras mudas clones no solo de Fátima já apresentam em um período de cinco meses os primeiros frutos o que já é promissor e pode atrair o olhar dos agricultores da região pois com o tempo de maturação da planta reduzido extremamente se tornando precoce o tempo para se ter retorno econômico o que potencializa a goiaba a ser cultivada na região novamente.
Clone de goiaba